O século XV marca um período singular na história da humanidade. As artes ganham formas e expressões excepcionais. As navegações ultrapassam linhas entre mares e terras.
Livros, podem ser, a partir de então, reproduzidos em larga escala. O homem percebe que a comunicação passa a ser de todos e não de uma minoria.
O alfabeto cunhado em chumbo formava verdadeiro exército, o qual, em mãos hábeis de artesãos da palavra, gradativamente davam voz a textos que se disseminavam entre ruas e becos, cruzavam fronteiras, galgavam novos horizontes.
O livro se democratizava. Todos podiam ter acesso à leitura. A prensa de Gutemberg ultrapassaria séculos e alcançaria nossos dias, numa desenfreada transformação: dos tipos móveis ao raio laser o homem soube se impor perante o "haja" da criação.
Assim é que, livros podem ser impressos em larga escala, a custos cada vez mais comercializáveis.
A informação sai dos conventos, dos feudos, dos senhores dos monopólios, para alcançar a massa de uma sociedade menos favorecida.
O conhecimento passa galgar novas fronteiras, abrindo caminhos a comunicação que se torna flexível e permissível à instrução e educação pública.
O homem percebe nova fonte de se perpetuar à sua posteridade. Livros começam a ser editados em maiores escalas. Escritores saem de suas gavetas e ganham a visibilidade de um público cada vez mais leitor.
De 1450 aos nossos dias, mais de cinco séculos nos distanciam e perguntamos:
A cada qual a sua resposta, mas percebemos que todo avanço do homem, antes moroso, visivelmente em algumas décadas entre os séculos XX e XXI ganham nova dimensão.
O homem se vê mergulhado numa tecnologia que o levará a desenvolver situações cada vez mais sutis em todas as áreas do saber.
E volto a perguntar:
- Onde essa era da informação e do conhecimento da nossa atualidade poderá nos encaminhar?
Entretanto, ainda encontramos pessoas motivadas a trabalhar com as mãos, a depositar seus pensamentos em folhas de papel, a se aventurar ao feito à mão.
Eis que a escritora Lygia Bojunga nos remete a esse olhar, com sua tentativa de retomar aos velhos hábitos desde a feitura do papel, ao texto à mão.
Eu contudo, não me abstenho dos meus cadernos, dos meus apontamentos, são eles que me dão a dimensão do meu dia a dia, do meu questionar entre a informação, o conhecimento. Leituras que me alcançam. Tudo isso faz parte desse universo entre livros a que desde cedo me vi envolvida.
Também a pesquisa me deu a dimensão de que ainda podemos encontrar gráficas e gráficos aos moldes Gutemberg, verdadeiros artesãos que sabem muito bem compor textos por meio dos tipos móveis de chumbo.
Eu mesma tive a grata oportunidade de trabalhar num jornal e acompanhar o árduo trabalho dos linotipistas. Não vou entrar nesse complexo universo neste agora. Vamos aguardar outra oportunidade.
Por este momento é o que passo, deixando com vocês o meu até mais.
https://www.youtube.com/watch?v=XmUhEcKoNkg
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